segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Melancolia

Estou melancólico.
Melancolia essa que me aflige por algo que nunca tive,
E sempre quis ter.
Definição indefinida.
Certeza incerta.
Não tenho noção do que é.
Mas estou a fim de procurar,
Mesmo que seja a pé,
Esse objeto/pessoa para amar.

domingo, 20 de setembro de 2009

Vida vazia

As lágrimas de sangue brotavam de sua face como se fluíssem num rio perene. A dor que sentia no peito era mais forte do que qualquer pessoa podia imaginar. Não se sabe ao certo o que ele tinha. Não se sabe ao certo qual o motivo da agonia insuportável. Só se sabia que sua vida era vaga, vazia. Há muito que não amava alguém se não a si próprio. Há muito que não havia sentido em seu viver. O sangue continuava a descer, descer e descer. Encharcou-lhe o corpo todo. Suas pernas pesavam mais do que podia carregar dentro do rio vermelho que se formou embaixo dele. A densidade era, agora, sua inimiga. Bem como as pessoas que não lhe ocupavam espaço no coração. Bem como a vida que não lhe dava motivo, razão. E assim foi vivendo. Com o seu próprio sangue batendo em seu próprio peito. Até que o líquido vermelho chegou em sua boca. E não conseguia mais respirar. Uma pessoa fraca, derrotada pela presença do nada. A ausência do tudo...

Ps: Baseado em minha vida nos últimos dias. Sinto muito pela tristeza evidente, mas não posso negar a minha realidade como fazem os seres estúpidos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Esperança

Pra que dizer que é pra sempre,
Se o pra sempre, quase sempre é nunca,
E a verdade que parece absoluta,
É a mentira mais inquieta, oculta.

Ainda assim o amor remanesce,
A esperança incrivelmente floresce,
E meu amor permanece,
Intocado, Imutável.

A mente não sendo exercitada, o corpo padece,
A maioria, quase sempre, esquece,
Mas eu continuo a rezar, fazer prece,
Que um dia nosso amor será algo moldado, maleável.

Tão maleável quanto o ouro de nossa aliança,
Tão feliz quanto nossa futura criança,
Afinal ainda remanesce a esperança,
E ela a última a morrer, é a herança...

sábado, 12 de setembro de 2009

Procuro

Eu só procuro achar o que não está perdido.
Afinal a felicidade sempre se encontra ao nosso lado,
E demoramos tempo demais para descobrir isso.
Eu não sei.
Você não sabe.
Por mais evidente que seja, nunca sabemos.
É algo, relativamente, impossível de se saber.
Algo que precisamos de tempo, muito tempo para prever.
O que eu mais sei é que os meus textos,
Precisam de um você.

Obs: Logo postarei o 3º capítulo do conto Bailando na Noite:

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sentido

Vivendo sem viver.
Sabendo tudo ao avesso,
Levando do jeito errado.
Sem jeito, até.
Uma coisa estranha,
E cansativa.
Não sei ao certo o que se passa em minha vida,
Ou não se passa.
Nada passa.
Tudo chega, sem que eu perceba.
Sem que eu veja.
Sem nexo,
"SEMtido"...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mundo próprio

Às vezes eu escuto as bombas que caem lá fora, daqui.
Eu vejo pela janela a destruição e a escassez de sonhos,
Imagino a falta de vida que vivem os empresários de sucesso.
Consigo até mesmo pensar em sair do meu mundo para encarar o outro que nos ronda.
Mas é um pensamento tão banal que nem chega a ser executado por completo em meu subconsciente.
Eu nunca trocaria o canto das cotovias de meu jardim pelos gritos de soldados americanos que marcham pelas nuvens.
Nem mesmo o aconchego de minha cama de grama pelo conforto de um colchão suíço.
Prefiro viver em um mundo que é meu.
E não viver como vocês, em uma prisão que nos leva a crer que o melhor não é o que temos, mas sim o que os outros nos fornecem.
Prefiro viver em um mundo onde a população é menor que o número de sonhos.
Infinitas ilusões oníricas por um único consciente presente.
Infinitas vontades e um tempo que não cabe todas elas.
É um mundo pequeno mas tem espaço para dois, que eu ocupo com muito orgulho.
Deito-me na horizontal e então é um mundo de um só.
Um mundo só meu,
E a propósito, esqueci as chaves no abismo mais próximo,
E não pretendo sair para encontrá-la.