domingo, 14 de maio de 2017

Eu sinto tanto a sua falta que me pego imaginando o que você faria em determinadas situações. Brigo comigo mesmo por escolher algo que você não aprovaria. Sonho com reencontros e aproximações que nunca aconteceram e sempre acordo assustado, querendo que seja real...

Eu sinto tanto a sua falta que passo horas fazendo as coisas que mais te agradavam. Eu não sei porque, mas faço. E me pego olhando cartas antigas, emails esquecidos e fotos de anos atrás. Como se isso não bastasse, também perco meu tempo olhando coisas que só nós dois éramos idiotas(lê-se 'felizes') o bastante para tanto...

Eu sinto tanto a sua falta que te vejo pelos cantos, mesmo quando você não está. E consigo materializar a sua presença com a vividez de um sonho bom. Os cheiros, ah os cheiros... Esses são cruéis! Como quando você acordava com a carinha amassada e insistia em tentar me enganar para dormir mais um pouquinho. Eu não consigo descrever o cheiro, mas é o melhor que há de existir nesse mundo...

Eu sinto tanto a sua falta, que aprendi a não sentir mais. Não sei se foi por bem ou por mal. Mas não conseguia mais conciliar todas essas insanidades. Hoje me encontro ao ermo. Inconscientemente me escondo dos sentimentos que tentam florescer e com isso me encontro cada vez mais recluso em mim. Como uma viagem constante em seus próprios pensamentos. Tem servido pra interpretar melhor as minhas escolhas. Entender alguns porquês. Vislumbrar novos horizontes e definir as minhas rotas que, volta e meia, ainda insistem em me levar até você...

Um comentário:

Amélie Poulain disse...

Lendo isso acabei de me lembrar de uma reflexão sua que li... sobre romantizarmos o passado... Parece fazer todo o sentido para um poeta, não é verdade?!
Sendo o futuro algo tão incerto, por vezes impensado.
Seria mais seguro viver do passado, já vivido, já pensado?
E que tal viver do presente com o corpo e a alma?
Pondo nele as novas expectativas, os novos hábitos, a nova rotina.
Mas como escolher em meio a tanta incerteza?
Quando as lembranças assolam os sonhos que um dia foram realidade.
Parece fazer todo o sentido romantizar o passado, não é verdade?!
Mesmo quando sabemos que aprender a não senti-lo é apenas uma forma de novamente vivenciá-lo.