Posto que o tempo destroi,
O amor se põe firme
Em fronte ao mestre da destruição.
Ousando até mesmo uma luta sem fim,
Pela eternidade que ambos querem.
O amor é o mais ousado entre todos os sentimentos.
Desafia a morte, o ciúme e até mesmo a traição.
Deve seguir diante de todas as indiferenças, intacto.
E se não seguir em um constante crescimento,
O amor de anos se acaba em um só desentendimento,
E se deixa levar pelo desejo do tempo.
De que tudo se acabe com ele,
Que tudo passe.
Na verdade,
Não se ama mais como antes.
Só os tolos acreditam que o sentimento em si permanece inalterado,
Até porque as pessoas cada vez mais
Confundem o desejo e a paixão com o mais nobre dos sentimentos.
Ele se sente ferido. Acoado.
E com isso foge cada vez mais de nós, seres supérfluos, a sua razão de existir.
Damos mais valor ao sexo que ao prazer da companhia.
Preferimos riqueza e antipatia a pobreza e simplicidade.
Preferimos riqueza e antipatia a pobreza e simplicidade.
E com isso,
Com todas essas pequenas coisas que vão se acumulando,
Bem...
O tempo não está levando mais o sentimento meu, e nem mesmo o seu.
Ele está se encarregando de levar o sentimento em si.
Na essência.
E esse...
Esse é o meu maior medo.
De que desapareça.
E que ninguém sinta falta.
Ninguém...
Ninguém...