domingo, 31 de julho de 2011

Vida (Infelizmente) Real



Me cansei dessa necessidade de tudo que é belo ser complexo demais. Como se a complexidade e a felicidade andassem juntos quando, de fato, o que acontece é o oposto. O que nos deixa, realmente, feliz é a simplicidade que transforma as coisas que temos e os momentos que vivenciamos. É imensamente melhor viver um relacionamento simples, desses que só precisam de um sorriso para se manterem fortes do que esses outros que se tornam cada vez mais rotineiros em nossas vidas, os relacionamentos falhos, marcados por brigas e infelicidades constantes demais para manterem firmes as bases da relação. A verdade é que a falta de confiança se torna cada dia mais evidente em nossas vidas. Ninguém mais tem a coragem de confiar cegamente no seu parceiro e tudo isso só ocorre devido a essa, maldita, mudança de personalidades. As mulheres estão cada vez mais livres e soltas - Não que isso seja errado, muito pelo contrário! - dos antigos conceitos que as impediam de serem "como os homens". As mulheres que antes tinham como característica principal a candura, sinceridade e fidelidade estão se perdendo junto aos conceitos dos homens de antigamente que eram desordeiros, infiéis e vulgares. Bom, o que mais me impressiona nessa história toda é que as mulheres que tanto criticaram e criticam os homens estão cada vez mais parecidas com o estereótipo errado do "sexo forte". É como se estivesse havendo uma inversão de papeis na sociedade. O que me desaponta profundamente. Tinha esperança de que as mulheres, ao contrário dos homens, cada vez que adquirissem depois de tanta luta os seus direitos fizessem o uso correto disso e mostrassem aos homens o que é, realmente, ser o "sexo forte" da sociedade. Mas, como disse, o que se evidencia cada vez mais é o desapontamento. Todas essas mudanças que ocorrem dia após dia me faz crer que o ser humano, como um todo, é extremamente influenciável e pouquíssimo racional. É como se uma noitada de sexo fosse melhor do que uma vida de amor, de ambos os lados. Pra você que se considera, e que realmente é, exceção obrigado por existir e por me fazer acreditar que nem tudo está perdido, mesmo sabendo que no mundo em que vivemos a maioria está sempre certa, infelizmente.

8 comentários:

Laís A. disse...

Leu meus pensamentos no começo. Fiz um texto um dia desse falando das coisas simples, elas que nos completam de verdade. E quanto ao comportamento das pessoas, é claro que existem exceções. O difícil é acha-las.

Fuck your world. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Emelin Frances disse...

No meio desse turbilhão de percepções consigo enxergar um vilão discreto e amigável para alguns. A televisão. Antes tida como um objeto de distração, hoje parece ditar o "belo", o "normal", o "aceitável" para a sociedade. Esses conceitos movem a economia. Hoje se preza muito mais o que se vende do que o que realmente pode nos adicionar em algo. Mas será que propagar a diversidade, a busca pela própria identidade sai tão caro assim? Esse "comércio" de conceitos "falidos" vende principalmente o corpo como objeto de escolha e conduta. Parecer para ser. A nossa década não valoriza mais o ser humano. Parece ser necessário o "super-humano", modificar-se, ficar além do que se é. Tal postura acaba gerando cada vez mais pessoas inseguras e alienadas. Somos a década da insegurança, dos valores invertidos, da sexualidade invés da sensualidade.

Esse assunto pode render ainda muitos outros posts, por haver milhões de exemplos à nossa volta.

Acordar, olhar para o mundo e se perguntar se você é o estranho em questão ou se o mundo realmente parece completamente habitado por pessoas sem consciência crítica.

A minha maior felicidade é poder encontrar pessoas que antes de absorver uma informação, refletem sobre a mesma.

Há "esperança",talvez haja. Acreditar nela é "esperar". (sic)

31 de julho de 2011 18:02

FME disse...

concordo... tudo o que é demais não faz falta...

Rebeca Postigo disse...

Disse tudo...
Realmente há valores perdidos em nossa sociedade...
Adorei!!!

Bjs

Gabriela Marques de Omena disse...

Poxa Rafa, agradeço a você por existir, depois das suas palavras...
Eu desisti do amor, desisti. E me sinto péssima a cada dia, como se houvesse um buraco aqui - e a verdade é que realmente há, faz falta ter alguém com quem contar, alguém pra falar na primeira pessoa do plural.
Desisti e não sou a unica.
Acredito que exista garotas magníficas, Rafa. E existe!! Não só garotas, mas pessoas no geral. Mas é uma pena estas estarem tão desiludidos quanto nós.

Sem dúvida, estamos numa geração em que as pessoas, não somente as mulheres, estão cada vez mais egocêntricas, apegadas a bem materiais (e é uma pena não haver loja de amores, não é mesmo?), e não é um erro atribuir isto à liberdade feminina, porque tempos atrás, a luxúria era extremamente característica masculina, e a mulher ficava em casa dando conta da família, sacrificando-se, sendo traída, prevalecendo...

E devida o "rebaixamento feminino fantasiado de revolução", estamos a cada dia que passa nos tornando mais vazios.

E o unico amor que me resta hoje é o próprio. Singular. Amar a pessoa que jamais me enganará, mentirá ou trairá.
Mas o amor próprio, não deixa de ser egoísmo...

O mundo está perdido.

Bruna disse...

Sabe o que é interessante? Todos se acham exceções, todos criticam a coisificação do sexo, senão todos, pelo menos a maioria. Se são tantos os incomodados porque não há mudança? Ora, é muito mais cômodo criticar do que tomar posições.

É muito mais fácil dizer que o problema está na fugacidade das relações contemporâneas do que considerar a possibilidade de que algo vai errado consigo próprio, inclusive isenta-se de responsabilidades a partir desse posicionamento. "Ora, se todos são fáceis por que serei eu o que se dedica exclusivamente?"

Dize-se que as mulheres perderam a sensibilidade, no entanto não é o que eu vejo na prática. O que eu vejo são pessoas, independente de sexo, idade, orientação, carentes e solitárias, que no entanto, não conseguem abrir mão da liberdade.

Não há mais aquilo de "estar preso por vontade", porque amor é isso, abdicação.

Isso que você chama de tomada de posição errada das mulheres no que se tata do "sexo forte" eu chamo de possibilidade. Agora a mulher pode escolher se quer se envolver num relacionamento ou não, no entanto, isso não ocorre sem que ele seja tachada de uma ou outra forma.

Porque é isso que a sociedade gosta: tachar. Ou de santa, ou de puta, sem meios termos. Se diz sim é excessivamente fácil, se diz não, está fazendo, com o perdão da palavra, "cú doce".

Há uma diferença entre liberdade sexual e coisificação do sexo ;)
e é isso, há muita hipocrisia, os mesmo que reclamam da falta de dedicação, são os que pensam duas vezes antes de ligar para que não seja tido como a "besta" da história. Chega a ser cômico, dos dois lados, o "não ligar" só para não demonstrar amor.

Juliete disse...
Este comentário foi removido pelo autor.